Minha história com a arte e a psicologia começa quando, ainda adolescente, lia sobre filosofia e gostava de rascunhar imagens para lembrar do conteúdo aprendido.

Na graduação, a maneira de me relacionar com o mundo através das imagens continuou e ganhou novas portas quando me aproximei do trabalho na clínica ampliada em saúde mental. 

A possibilidade de fazer clínica em grupo e com outras linguagens de expressão me fez pesquisar e querer saber mais sobre esse trabalho.

De forma acadêmica, pude compreender a formação de grupos e seu funcionamento, o que me fez ter um olhar coletivo mesmo na prática do consultório particular.

Penso que, por vezes, estudamos sobre os casos "mais difíceis" e o enquadre do setting analítico de grupo, mas podemos esquecer que, na clínica tradicional, onde atendemos uma só pessoa por vez, também estamos lidando com o discurso de outro(s) ali presente. 

Após um tempo, resgatei meus rabiscos, quando nem os nomeava assim, e apostei na capacidade de registro e de mediação que eles poderiam ter ao longo do trabalho. 

Seja na minha análise pessoal ou na supervisão clínica dos pacientes que atendo, procuro escrever com essa linguagem de desenho com giz-pastel para dar significado às histórias que chegam ao meu consultório. 

Hoje, também proponho para alguns pacientes essa experiência corporal que acontece através de um traço e de desenhos-rabisco ao longo da nossa conversa.

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